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Como se o corpo não fosse uma fronteira, como se a história não fosse cheia de ausências, com a certeza de que a imaginação é absolutamente essencial. A revolução pode, de facto, residir na capacidade de imaginar. Antes, durante e depois da ação.

Onyx é um ritual onírico de vácuo e presença, a pausa antes do caos e o próprio caos, na anulação das fronteiras entre a intervenção política e social e a criação de um espaço onírico, carregado de silêncio, ruído, informação não linear, peso e flutuação de tempo. Há um caos calmo e meteórico, uma partilha de arquivos pessoais e fantasias onde a pele é concebida não como fronteira mas como veículo. Trazemos as vozes das mães para dentro da narrativa, trazemos a rua, a poesia das punchlines, conversamos entre mundos, divindades e ilusões, sobre memórias futuras de tempos passados que ainda estão por viver. Os monstros que só existem na nossa cabeça vêm nos dizer que a única certeza é a incerteza absoluta. A prática destes corpos é tão encantadora quanto brutal. Existe a ancestralidade de um futuro potencial. É poético. E tem prazer. Tem confronto, conforto, não sei.

© João Octávio Peixoto
© João Octávio Peixoto
© João Octávio Peixoto
© João Octávio Peixoto
© João Octávio Peixoto
© João Octávio Peixoto
© João Octávio Peixoto
© João Octávio Peixoto

Ficha Artística / Técnica

Criação, cenografia e figurinos
Piny

Performers
André Cabral, Piny

Desenho de som e live act
Carincur, Leo Soulflow

Desenho de luz e vídeo
João Pedro Fonseca

Entrevistas a
Carla Sousa (mãe de Piny) and Marta Cabral (mãe de André Cabral)

Textos escritos por
André Cabral, Helena Palmer, Piny

Produção
Joana Costa Santos

Co-produção
DDD - Festival Dias da Dança, Teatro do Bairro Alto, Materiais Diversos, Teatro Aveirense -
Câmara Municipal de Aveiro, Rota Clandestina

Co-produção em residência
Teatro do Bairro Alto, Estúdios Victor Cordon, Grand Studio Bruxelles, O Espaço do Tempo, Alkantara

Fotografias
Pedro Jafuno/TBA e João Octávio Peixoto / Festival DDD

Piny

Piny acredita numa criação artística livre e numa pesquisa cruzada entre a academia e a informalidade. É bailarina, performer, coreógrafa, pesquisadora e professora. Natural de Lisboa de ascendência portuguesa e angolana, formou-se em Arquitectura e Dança Contemporânea. Em 1999, começou a estudar danças do Norte de África e suas fusões contemporâneas, e desde 2006 também se dedica à cultura Hip Hop, Clubbing e Ballroom. Desenvolve o seu percurso entre a interpretação, criação e curadoria.