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Musseque, antes de ser uma peça para quatro bailarinos, é casa, encontro, um estar. É a continuidade do que se viveu e sentiu, tornando numa dança do presente as vivências já passadas, mas não esquecidas.

Em memória, regressa-se a uma guerra civil marcada pelos dois maiores partidos, o MPLA e UNITA. Em corpo, assiste-se ao nascimento de uma força de resistência: o kuduro. São corpos marcados pela turbulência de uma guerra, pelos efeitos de uma imigração, mas salvos pela potência da dança que está impressa nos corpos e que vai crescendo até ao aparecimento de outra potência: o afrohouse. Neste palco, revisitam-se os bairros das periferias de Angola os musseques e assiste-se ao crescer da música e da dança marginalizada por muitos, mas adorada pelo povo que soluciona os problemas do quotidiano transformando-os em toques como o bela, ti nogueira, do volante entre outros.

Procura ainda retratar a força feminina numa cultura com tantos requisitos masculinos. São várias as questões que importam responder e o Musseque é uma procura no presente dessas mesmas respostas ao dar a conhecer um estilo que surge como um “comprimido com tempo limite para nos distrair de uma guerra civil”.

© Garlics Colectivo
© Paulo Pacheco
© Garlics Colectivo
© Paulo Pacheco
© Paulo Pacheco
© Garlics Colectivo

Ficha Artística / Técnica

Direção artística e criação
Fábio (Krayze) Januário

Interpretação e cocriação
Fábio (Krayze) Januário, Selma Mylene, Xenos Palma e Elvis Carvalho (Grelha)

Acompanhamento artístico
Marco da Silva Ferreira e Piny

Sonoplastia
DJ Poco

Desenho de luz
Pedro Guimarães

Cenografia
Filipe Tootill

Figurinos
Susana Santos - Mana Terra

Fotografia e vídeo
Afonso Sereno

Produção
Rita Pessoa

Apoio e produção
Pensamento Avulso

Co-produção
O Espaço do Tempo, Cineteatro Louletano e Centro Cultural Vila Flor, no âmbito do Projeto CASA

Parceria
Festival Ou.kupa

Residências
Espaço Alkantara, B.Leza, UDance, Teatro do Bairro Alto, O Espaço do Tempo, CineTeatro Louletano, Centro Cultural Vila Flor

Agradecimentos
Mélanie Ferreira, Marco da Silva Ferreira, toda a equipa do Festival Ou.kupa, Teatro do Bairro Alto

Fábio "Krayze" Januário

Fábio Januário (1988, Luanda, Angola). Veio para Portugal em 2002, tendo terminado a licenciatura em Dança pela Escola Superior de Dança em 2015. Desenvolveu os seus conhecimentos em danças urbanas (hip-hop, house, popping, locking) e dá workshops e masterclasses de Kuduro regularmente em países como Portugal, França, Suíça, Eslováquia, Bélgia e Hungria. Como bailarino, trabalhou em festivais como NOS ALIVE, Rock in Rio, MEO Sudoeste e Sol da Caparica, e com os artistas Buraka Som Sistema, Benjamin Prins, Piny, entre outros. É intérprete na peça C A R C A Ç A, de Marco da Silva Ferreira, desde 2022. 

Na sua área de investigação, atua sempre na área do Kuduro e em projetos associades a outres artistas, desde videoclipes, espetáculos ou galas de televisão. Partindo do trabalho inicialmente feito a partir do OU.KUPA, com curadoria de Piny, criou a sua primeira peça, Musseque.