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Tomando como ponto de partida uma ligação entre Lisboa e Berlim, Inverted Landscapes examina a história de duas figuras das artes performativas portuguesas que trocaram de geografia em busca de um objetivo artístico comum: Ruth Aswin, alemã, que vem dançar para Portugal nos anos 30 do século XX, e Valentim de Barros, que tinha sido seu aluno e foge para Berlim em busca de trabalho e liberdade. 

Inverted Landscapes é uma homenagem à ligação de desenraizamento que era comum aos dois artistas da historiografia destes dois países, bem como à perceção atenta de duas formas de viver que tiveram sempre mais história do que geografia.

Os procedimentos de sobrevivência, os seus interesses artísticos inviabilizados por uma história preponderante, são o mote para uma experiência háptica onde serão desencadeadas e ativadas ações que, na sua capacidade de engajamento comunal, oferecem expressões de identidades sem propósitos formatados. Inscrevendo-se nas histórias elididas destes criadores, dando-lhes luz e revalorizando as suas ações ainda que imaginadas, especula-se sobre como a história das artes performativas poderia ter tido um curso diferente da situação atual. Com a performance enquanto suporte relacional, a representatividade torna-se constitutiva do trabalho ao revelar-se cuidadosa com todas as matérias e materiais do mundo. Nesta partilha do somatizado, onde mecanismos sensoriais como o afeto e a sensação são motor de produção, o pano de fundo cai, e revela-se um florescer circunstancial no presente.

A paisagem inverte-se.

© Daniel Rodriguez
© Daniel Rodriguez
© Daniel Rodriguez
© Daniel Rodriguez
© Daniel Rodriguez

Ficha Artística / Técnica

Uma performance de
André e. Teodósio / Teatro Praga

Performers
Ana Tang, Aurora Pinho & Paulo Pascoal

Exposição
Bruno Bogarim / André e. Teodósio

Figurinos
Joana Barrios

Teaser
Jorge Jácome

Direção de Produção
Marisa F. Falcón

Assistência de produção
Rita Pessoa

Co-produção
Teatro Praga, Fundação EDP / Embaixada de Portugal / Camões Berlim

Apoio à criação
Cão Solteiro, OPART / Estúdios Victor Córdon, Goethe - Institut Portugal

Agradecimentos
Sandro Resende, Dr. António Laginha / Centro de Dança de Oeiras, Junta de Freguesia da Misericórdia, Rui Lopes Graça, Maria Luísa Carles, Biblioteca da Fundação Calouste Gulbenkian, Pedro Barateiro, Jorge Jácome, João dos Santos Martins, Anísio Franco, Pedro Faro, Cláudia Belchior, Dra. Dalila Correia, Dra. Andrea Martins, Dra. Ana Barata, Anísio Franco

André e. Teodósio / Teatro Praga

O Teatro Praga assume-se como um grupo ou federação de artistas, com brasão e história. Como a cada espetáculo, ou dia, é outra coisa, costuma responder à pergunta sobre quem é com uma reformulação da pergunta. Ainda assim, o Teatro Praga regozija-se com a ordem estabelecida e olha para as variações imprevisíveis a que se sujeita como um modo de alargar o conceito de previsibilidade.

O Teatro Praga nasceu em 1995 e está sediado na Rua das Gaivotas em Lisboa. Colabora regularmente com algumas das mais prestigiadas estruturas culturais em Portugal e tem-se apresentado em festivais e teatros de diversos países europeus (Itália, Reino Unido, Espanha, Alemanha, França, Bélgica, Hungria, Eslovénia, Estónia, Dinamarca e Polónia), em Israel e na China.