PT | EN

#Electra vai ao #Techno, de Xana Novais, tem como proposta um corpo a levar choques elétricos produzidos pela vibração de uma bateria desmembrada. A sua pele dança não por vontade própria, mas porque o som a faz mover. O corpo move-se pelos estímulos, assume-se disponível para os movimentos de resposta ao que o rodeiam e às palavras invocadas por Electra.

Que danças surgem na busca involuntária de um corpo que volta a mover-se depois da paragem total no mundo durante uma situação pandémica? Que gestos surgem na busca voluntária da revisitação de um clássico?

É uma manifestação feita por uma pessoa só, onde o corpo é sacrificado entrando em estado de transe em prol da sua ânsia de renascer a partir de situações dolorosas, de músculos em tensão e, finalmente, em prol da sua arte.

#Electra vai ao #Techno mostra que o corpo de uma bailarina tem memória mas também esquece que um corpo se cansa da falta de estímulos sociais e, principalmente, que pode morrer se não tiver disciplina e controlo sobre si próprio.

Electra é ou não considerado um complexo. Electra está ou não apaixonada pelo pai. Electra odeia ou não o seu irmão. Electra é pouco feita no teatro contemporâneo, talvez porque é uma mulher triste, uma mulher que de eletricidade tem pouco. Electra chora de mais, é dramática de mais, transformando lágrimas em rios. Electra vai ao Techno e descobre algo que ainda não sabe o que é. Electra é imprevisível como a vibração, como a energia, como o techno. Tal como um clássico pode ser rescrito de tal forma que Electra pode ser feliz, histérica e futurista. É complexo ser Electra em 2025.

© Mário Negrão
© Mário Negrão
© Mário Negrão

Ficha Artística / Técnica

Criação e interpretação
Xana Novais

Assistência de Encenação e Interpretação
Maurícia Barreira Neves

Interpretação e Sonoplastia
João Valinho

Interpretação e Electrónica
Diogo Melo

Participação Especial
Gracinda Rebolo, João Leonardo Guerra (2023 e 2025), Amanda Bailey (2024) e Tatiana Rocha

DJ Set
DJ Saliva

Desenho e Operação de Luz
Lui L’Abbate

Desenho e Operação de Som
José Afonso Monteiro

Produção Executiva
Tatiana Rocha

Assistência de Produção
Francisca Cardoso

Fotografia (2023)
Mário Negrão

Vídeo Integral (2023)
Aura de Fonseca

Vídeo, Fotografia e Participação Especial (2024)
Rita Soeiro

Apoio à Residência
CAMPUS - Paulo Cunha e Silva

Produção
V.E.R.M.E.

Coprodução
Fundação de Serralves

Gestão
Org.I.A. - Organização, Investigação e Artes & C.O.I.S.A.S. - Coletivo Opcional de Intervenções Sem Arte Súbtil

Patrocínio
MEDIKA Tecnologia Medicinal e Via Doze Espinho

Apoio
Self-Mistake (Câmara Municipal de Lisboa – Cultura e República Portuguesa - Cultura I DGARTES – Direção-Geral das Artes) e Fundação Calouste Gulbenkian

Projeto financiado pela República Portuguesa - Cultura I DGARTES – Direção-Geral das Artes

Agradecimentos
André de Campos, Ângela Cardoso, Márcio Silva, Mafalda Jacinto, Tânia Guerreiro e Alexandra Carvalho

Xana Novais

Xana Novais nasceu no Porto em 1995 e desenvolve o seu trabalho enquanto diretora artística trandisciplinar e performer. Formou-se no ano de 2013 em Teatro pela Escola Profissional Balleteatro do Porto e, posteriormente, fez o curso de dança FAICC, na Companhia Instável. Destaca no seu percurso a participação como intérprete em peças de Pedro Zegre Penim, Teatro Praga, Hugo Calhim Cristovão e Joana Von Mayer Trindade, João Pedro Vale e Nuno Alexandre Ferreira, Estrutura e Carlota Canto Lagido.

Colabora desde 2017 com a artista Florentina Holzinger em obras como Apollon, A Divine Comedy, Ophelias Got Talent e Sancta. Em 2019, protagonizou Dolores na série Dolores, de Tota Alves (RTPlay). Criou e assina a autoria dos espetáculos (VS) POPCORN, Un Teknè, (G) Dysphoria APP, cocriou juntamente com o fotógrafo Diogo Bessa One Way To Pandora, estreou em 2022 a obra Como Matar Mulheres Nuas, no Teatro Municipal do Porto, e em 2023, a performance duracional Ao Que Isto Chegou... e #Electra vai ao #Techno. No seu trabalho de criação, investigação e performance usa o seu próprio corpo para explorar e questionar os limites da obra de arte, e as fronteiras entre ficção e realidade.