DESPERTAR DA PRIMAVERA, UMA TRAGÉDIA DE JUVENTUDE *
Teatro Praga

 
Foto: Alipio Padilha
 
DESPERTAR DA PRIMAVERA, uma tragédia de juventude é uma peça escrita em 1891 por Frank Wedekind sobre um grupo de adolescentes em conflito com uma sociedade conservadora e moralista. O texto de Wedekind termina com uma conversa entre dois vivos e um morto num cemitério, junto à campa de Wendla Bergmann, rapariga de 13 anos que faleceu vítima de um aborto a que foi forçada pela mãe. O seu apaixonado, Melchior Gabor, recebe a visita do seu melhor amigo, Moritz Stiefel que traz a cabeça debaixo do braço. Moritz suicidou-se porque não passou de ano na escola e não se sentia capaz de enfrentar os pais. Vem oferecer a sua mão a Melchior, convidá-lo a morrer. Mas Melchior aceita a mão de um outro, a do “Senhor Disfarçado”, figura primaveril que impede mais uma morte e que na estreia, na encenação de Max Reinhardt, foi representada pelo próprio Wedekind.
Esta imagem final resume o enredo. A crueldade e o amor entre pares, a intolerância geracional e o suicídio são alguns dos motivos queridos pela tradição interpretativa deste texto.
A convite do Centro Cultural de Belém, o Teatro Praga regressa, depois de O Avarento ou A última festa (texto de J. M. Vieira Mendes a partir de Molière), a um clássico da literatura dramática para inscrever, num texto e teatro canónico, o lugar dos que não estão incluídos no sistema representativo.
Pretende-se, para isso, trabalhar o expressionismo lírico de uma adolescência disforme, com uma linguagem própria que anda longe de bipartições entre cínicos e sinceros, poéticos e racionais, parecendo pairar sobre o que está construído como se não lhes pertencesse.
Se em O Avarento o interesse estava em pensar uma casa ocupada pelo Teatro Praga depois da expulsão do “velho”, o Despertar da primavera será a casa ocupada por uma puberdade longe da Natureza, da sujeição de um corpo a outro, da construção de identidades, em rito emancipatório e resistindo a todas as normalizações tradicionais. Um lugar onde se exige a coexistência de linguagens e se confundem as referências, onde o desespero é a vida e o suicídio uma vitória. É um espetáculo que segue à procura da humanidade por inventar.
 
TEXTO Frank Wedekind TRADUÇÃO José Maria Vieira Mendes COM André e. Teodósio, Cláudia Jardim, Cláudio Fernandes, Diogo Bento, Odete, João Abreu, Mafalda Banquart, Óscar Silva, Patrícia da Silva, Pedro Zegre Penim, Rafaela Jacinto, Sara Leite e Xana Novais DESENHO DE LUZ Daniel Worm D’Assumpção DESENHO DE SOM Miguel Lucas Mendes OPERAÇÃO DE SOM Nuno Correia CENOGRAFIA Bárbara Falcão Fernandes FIGURINOS Joana Barrios MESTRE COSTUREIRA Rosário Balbi PRODUÇÃO Bruno Reis PRODUÇÃO EXECUTIVA Bernardo de Lacerda COPRODUÇÃO Teatro Praga, Centro Cultural de Belém, Teatro Nacional São João e Teatro Viriato RESIDÊNCIA ARTÍSTICA E ANTESTREIA 23 Milhas - Casa Cultura Ílhavo O TEATRO PRAGA é uma estrutura financiada pela República Portuguesa - Cultura | DGArtes - Direção-Geral das Artes
 
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